 Luc Besson é um realizador inconstante. Já deu provas do seu talento em obras como Léon e The Fifth Element, mas também já nos mostrou ser capaz de obras tão detestáveis como Jeanne d'Arc. Apesar disso é um realizador a dar sempre o benefício da dúvida. Pessoalmente o que me fascina em Besson são os mundos que cria. A sua imaginação é capaz de entregar obras diferentes e mágicas. Em Angel-A, a magia está lá, mas nunca há uma satisfação completa. É um grande paradoxo, que promete fazer-nos voar, mas nunca nos deixa levantar do chão. Os dois protagonistas têm uma química divertida, mas se, por um lado, Jamel Debbouze é extraordinário, não se pode dizer o mesmo de Rie Rasmussen. Claramente a fazer o lugar da musa de Luc Besson, Milla Jovovich, sem nunca conseguir ter o carisma desta. Outra coisa que, quanto a mim, falta a Rie Rasmussen é talento. Se consegue disfarçar nas cenas em que não fala, e tem alguma piada nos momentos cómicos, não consegue transmitir mais nada durante todo o resto do filme. Não consegue dar profundidade à sua personagem e parece totalmente amadora ao lado do protagonista. Apesar da história ter alguma originalidade e nunca nos cansar, tem um final banal e previsível, bem perto da lamechice pegada. Em contrapartida tem uma das mais poderosas cenas do cinema destes últimos tempos, com um diálogo (e uma interpretação) impressionante de Jamel Debbouze em frente ao espelho. São pequenos momentos grandiosos que nunca conseguem ter um epílogo à altura. A fotografia a preto e branco acentua a beleza de Paris, a luz e a sombra, o belo e o feio, o real e o imaginário, a verdade e a farsa, o céu e o inferno, o bom e o mau. Angel-A está cheio de extremos, que mesmo assim valem a pena ser experienciados.  Etiquetas: Criticas |
Estou curioso para ver este novo trabalho de Luc Besson.
Cumprimentos